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sábado, 4 de fevereiro de 2012

CAPÍTULO 18 – UMA PASSAGEM PARA A LIBERDADE

Saindo da mansão, resolvi seguir por um pequeno portão pelo lado direito, na esperança de encontrar Steve novamente e pegar as Lugers. Porém antes, encontrei na frente da mansão um pequeno objeto brilhante. Era uma espécie de amuleto hexagonal com o desenho de um navio de guerra na frente. Apesar de parecer um objeto ordinário, resolvi levá-lo comigo, às vezes as coisas eram mais do que aparentavam ser. Seguí em direção ao pequeno portão. No local, havia um timão, que após eu ter girado-o, revelou um submarino subindo a superfície. Apenas entrei e acionei uns comandos do lado de dentro, que o fez descer novamente. Agora eu podia ouvir o som da água que estava ao redor do submarino. Até que passei por mais um corredor estranho e cheguei em outra sala, provavelmente uma sala de espera ou algo do tipo, que havia uma porta eletrônica logo a frente e uma sanfonada aos fundos. Alguns zumbis estavam por lá, mas nada como alguns tiros na cabeça para destruí-los, já estava ficando boa nisso. Na porta eletrônica, era uma espécie de hangar, que havia alguns controles e um avião, o que Steve citara na primeira vez que nos vimos. Porém para chegar até ele, era necessário ativar uma pequena plataforma que só funcionaria com o auxílio de três objetos hexagonais. Lembrei-me rapidamente do que eu acabara de encontrar, talvez fosse um sinal de que tudo aquilo estava para acabar e eu finalmente conseguiria sair daquela ilha. Ri um pouco aliviada e encaixei o objeto na plataforma. Agora só restava eu encontrar os outros dois. Apesar de eu não saber qual era o tamanho exato daquela ilha e não ter certeza se eu os encontraria, a vontade de acabar com tudo aquilo era maior, e não havia lugar para pessimismo no momento. Saí de lá e seguí pela porta sanfonada. Havia uma enorme ponte de ferro, da qual pude ver melhor o avião. Mais uma porta sanfonada à frente, dessa vez parecia ser um depósito. Mexi em um pequeno painel de comando a esquerda, e uma plataforma começou a subir. Gemidos começam a ficar mais altos, e de repente surgem da plataforma vários zumbis. Sempre vinha desgraça depois de um momento de sorte, fiquei muito aborrecida. Usei a mesma tática de sempre, os matei dando uns tiros na cabeça. Aquelas coisas já não me assustavam mais. Eram lentos e fracos, então eu podia acabar facilmente com eles. Pelo menos ganhei maturidade em controlar meus medos com os últimos acontecimentos. Sobre uma caixa na plataforma, encontrei um cartão. Apenas guardei-o e saí dalí.

***

Saí da área da mansão e voltei algumas áreas, até que cheguei em um grande pátio. De repente, um tremor muito forte começa do nada, seria um terremoto? Então vejo se aproximar o chão com algo embaixo. Eis que surge uma minhoca gigante. Sério, de todas as coisas bizarras que eu havia visto, jamais imaginei que até uma minhoca iria querer me matar. Me esquivei e entrei na primeira porta que vi. Estava em uma casa, aparentemente. Subi umas escadas ao meu lado e entrei numa porta a frente. Era uma pequena sala de observação de um pequeno laboratório. Não havia nada lá, apenas alguns arquivos sobre a mesa. Já ia me retirando eis que um alarme é acionado, e uma luz vermelha começa a piscar do lado de dentro de um vidro logo à frente. Fui andando cautelosamente para espiar o que era, e um homem pula no vidro do lado de dentro, me dando um susto horrível. Ele batia no vidro desesperadamente, tentando sair dali.

- Eu não consigo abrir a porta! – Disse, tão desesperada quanto ele.

Então, algo salta sobre sua cabeça e o mata na minha frente. Foi horrível. Saí correndo dali, com medo daquela coisa querer me matar também. Quando saí do local, outro alarme surge, e uma voz eletrônica anuncia:

“Contaminação de risco biológico detectada, nível 3, as portas de emergência serão fechadas. Evacue do local imediatamente!” Então vi uma porta eletrônica pronta para fechar a passagem. Quase rolei das escadas, mas consegui, por um triz, escapar dali.

- Ufa, foi por pouco.

Me levantei e entrei por uma passagem no lado oposto ao que eu acabara de sair. Ao chegar no fim do corredor, aporta sanfonada por onde eu entrei, que antes estava aberta, desce, fechando a passagem. “E essa agora...” Pensei. Resolvi me recompor e entrei na porta logo a minha frente. Havia outro pátio com alguns tambores. Então, percebo em meu braço e já subindo para minha cabeça, novamente aquela luzinha vermelha. Era Alfred novamente. Me esquivei do tiro, e subi correndo umas escadas para tentar alcançá-lo. Ele, como era de se esperar, fugiu como um covarde. Vi que não valia a pena perseguí-lo, então apenas o seguí. Era um corredor de madeira, haviam duas portas no final. Em uma delas era apenas uma sala de descanso. E eis que nela encontro um frasco do remédio Hemostático. “Não é o remédio que o guarda precisa?” Pensei. Resolvi guardá-lo para levá-lo ao guarda mais tarde. Saí da sala e fui em direção a outra porta. De repente, a porta sanfonada por onde entrei se fecha rapidamente, me deixando presa. Então, ouço aquela risada irritante do Alfred por uma caixa de som:

- Bem vinda, Claire. – Dizia num tom irônico. – Considere-se agora dentro de um especial campo de jogos que eu preparei apenas para você. Por favor, tente me divertir, e não me decepcione morrendo logo. Eu seria muito grato por isso.

Novamente solta aquela risada horrível, agora ainda mais tosca e ridícula. Quase me fez rir se aquilo que ele acabara de me dizer não me intrigasse tanto. Qualquer coisa vindo daquele louco era preocupante. Fui abrindo cautelosamente a porta. Não saberia dizer ao certo se aquilo era um depósito. No chão, encontrei um par de Submetralhadoras automáticas. Poderia usá-las no trato com Steve. Porém estava descarregada, e as munições estavam sobre umas cabines na parte debaixo do depósito. Havia uma escada de ferro a direita. Foi seguindo em sua direção, quando escuto o som da porta trancando e uma porta sanfonada começa a se abrir. De repente, sai dalí uma criatura pavorosa. Sua coloração era amarelada, tinha uma anatomia um pouco humana, não tinha um braço, e o outro braço que tinha era enorme. Mais um palavrão me veio a mente ao ver aquela coisa, afinal eu não sabia o que esperar dele. Tentei correr descendo as escadas, porém, para minha surpresa, aquela coisa saltou muito mais rápido que eu lá para baixo com o seu braço enorme. Dei vários tiros em seu rosto, até que ele deu um grunhido e finalmente caiu, morto. Fiquei muito mais aliviada. Já ia entrando por uma porta que estava aberta alí quando outro deles salta por trás de mim. Nem tive tempo de me armar, e aquilo me agarrou pela cabeça com o seu braço enorme. Não estava conseguindo me soltar, e já achei que eu iria morrer. De repente, alguém salta de uma janela alta, já atirando naquela coisa. Era Steve, que trazia consigo as Lugers. O monstro me soltou, e me fez cair bruscamente no chão. Enquanto sofria com um torcicolo tremendo, Steve apenas matou o monstro.

- É, isso foi demais! – Dizia pra si mesmo.

Steve vinha se abaixando perto de mim.

- Não se preocupe, Claire. Seu cavaleiro em armadura brilhante está aqui.

Notei que as Lugers ainda estavam com ele.

- Se você diz... – Dizia já me levantando. – Mas valeu pela ajuda.

- Viu? É por isso que você precisa de mim perto de você. – Ele era muito convencido.

- Tanto faz. Aqui, toma isso. – Dizia lhe mostrando as submetralhadoras. Resolvi fazer uma brincadeira com ele, já que ele fugiu com as Lugers e para ele deixar de ser convencido.

- Metralhadoras? Pra mim? – Dizia empolgado.

- Você lembra do nosso trato, isso é em troca das Lugers.

- Haha, ok!

Finalmente consegui as Lugers douradas. Steve continuou:

- Essa coisa é demais! – Dizia, ainda empolgado. – É! Agora esse é o meu tipo de arma! Beleza!

De repente apertou o gatilho, e nada saiu. Apenas o som da arma descarregada.

- Hã? – Dessa vez foi um tom completamente frustado.

Não agüentei. Ri muito da cara de frustração dele.

- Ei, isso aqui está vazio. Você me enganou... – Eu ainda ria.

- Lá em cima tem muita munição, só pra você. – Já havia parado de rir.

- Nós vamos lá?

- Me dê uma forcinha que eu vou buscá-la pra você.

- Tá bem, tá bem. – Steve dizia num tom de pressa.

Ele ficou em posição de engatinhar e eu subi em suas costas para pegar a munição da metralhadora.

- Ai! Minhas costas! – Reclamava. – Sua pesadinha, seria melhor eu pegar. Vai rápido!

Que abusado. Ele estava me chamando de gorda ou o que?! Steve ia se levantando, com uma das mãos nas costas.

- Feliz agora? – Disse, entregando-lhe a munição.

De repente a plataforma em que estávamos em cima começa a descer, e novamente a voz de Alfred ecoa pelo lugar.

- Agora que o seu cavaleiro apareceu, ele pode juntar-se a você para terem uma morte descente.

O que será que Alfred nos reservava dessa vez? Era só o começo de um terrível jogo doentio.

***

CAPÍTULO 17 – O ÚLTIMO HERDEIRO DA FAMÍLIA ASHFORD

Fechei rapidamente a porta e fui afastando-me dela. Foi então que percebi onde estava. Era uma mansão bem luxuosa por dentro. Havia uma escada a minha direita, algumas portas e um computador logo à frente. O que mais me chamou a atenção foi um enorme quadro no segundo andar no centro do Hall. Era de um homem nem tão velho, nem tão novo, loiro, e tinha vestes e postura de algum nobre.

- Talvez seja o dono da mansão. – pensei.

Fui até uma porta aos fundos à esquerda, porém estava trancada, aparentemente eletronicamente. Resolvi procurar outra saída. Subi as escadas e entrei em uma porta à direita. Era uma pequena sala de estar. Lá havia um pouco de munição e uma porta, também trancada, e o mecanismo para abrí-la eram duas armas. Não tendo mais o que fazer alí, voltei para o hall. Me aproximei do computador e mexi em alguns comandos. Então ouvi um som de uma porta destrancando. Entrei cautelosamente na porta. Era mais um corredor com algumas portas. E, é claro, mais zumbis. Aquilo estava se tornando extremamente chato. Os acertei na cabeça, como aprendi em Raccoon City. Entrei em uma porta logo à minha frente. Lá dentro, havia um telão branco e uma coleção com armas antigas e réplicas em miniatura de veículos de guerra, como aviões, navios, etc. Estavam todos muito bem conservados e dentro de vidros. Talvez o dono fosse um colecionador ou algo assim.

Em uma das paredes, havia algo diferente. Era uma formiga de ouro dentro de um pequeno vidro, e, do lado de fora, havia um pequeno botão. Assim que o acionei, as luzes do local diminuíram e uma espécie de filme começou a passar no telão. No filme, apareciam duas pessoas, aparentemente irmãos. Era meio confuso, apenas os mostrava arrancando as asas de uma libélula e dando para as formigas. Os dois irmãos do filme pareciam ser bem unidos. Isso me fez lembrar de Chris. Lembrei da cumplicidade que tínhamos quando éramos menores. Isso apertava meu coração e me angustiava ainda mais.

De repente, um suporte de vidro que guardava a réplica de uma miniatura de um tanque de guerra começou a se mover, revelando uma passagem secreta. Era um corredor estreito, com mais réplicas de armas lá dentro, e no final do corredor, haviam duas armas douradas, que serviriam perfeitamente na porta do segundo andar. Quando as removi, a estante com a miniatura do tanque de guerra começou a fechar o local, era uma armadilha. A coisa começou a esquentar, literalmente. Um forte vapor deixava o lugar parecendo um forno. Resolvi devolver as armas em seu lugar para que a armadilha fosse desativada.

***

Saí do local e fui checar as outras portas. Estavam todas trancadas, apenas uma delas estava aberta, e lá dentro era um banheiro, onde tinham vários morcegos. Lembrei-me de um truque que Chris me ensinara uma vez, que os morcegos não se aproximavam da luz. Acendi o isqueiro e peguei alguns itens que estavam alí. Isso manteve os morcegos afastados.
Não tendo mais o que fazer, já ia me retirando da mansão, para procurar outra rota de fuga. Quando já ia abrindo a porta, ouvi um grito:

- AAAAH! SOCORRO!

- Steve? – A voz parecia ser de Steve.

Me virei e tentei descobrir de onde viera o grito. Então me lembrei rapidamente da armadilha e corri até lá. Acho que ele entrou na mansão enquanto eu estava em outros cômodos. Minha suspeita estava certa. No lugar onde estava o telão, agora havia um painel, por onde pude ver que Steve estava sofrendo com o forte calor do local. No painel havia uma espécie de código para desativar a armadilha, e que eu deveria resolvê-lo rápido. Haviam seis figuras: um navio, uma formiga, uma pistola, um submarino, um revólver e um avião. Eu deveria ativar as duas figuras que tinham algo em comum. Não foi difícil de eu resolver que eram as duas armas. Apertei os botões e a armadilha foi desativada. Steve saiu de lá ofegante e molhado de suor.

- Essa foi por pouco. – Dizia ainda ofegante. – Mas eu encontrei uma coisa, graças a você.

Então ele me mostrou as duas armas douradas que eu precisava para abrir as portas.

- Legal, né?

- Ah, eu preciso disso, dê pra mim. – Respondi, sendo o mais delicada que pude.

- Você está brincando? Eu encontrei isso, eu fico com elas. – Dizia recuando as armas para si.

Acho que minha cara de insatisfeita o fez mudar de idéia.

- Está bem, vamos fazer um acordo. – Dizia apontando a arma para mim. – Eu troco isso por alguma coisa automática.

Apenas saí do caminho da arma que ele apontava, calada em sinal de protesto. Sempre fui boa em fazer birra.

- Te vejo por aí, Claire. Adios! – Dizia um pouco antes de sair correndo com as armas.

- Ei espere, Steve!

A vontade de xingá-lo me tomou novamente. Ele era um mala. Corri para tentar alcançá-lo.
Assim que cheguei no hall, vi uma luzinha vermelha passar pelo meu corpo. Olhei para cima e vi que alguém apontava um rifle para mim. Me esquivei do tiro e me escondi atrás de um pilar. Pelo pouco que vi, era um homem, o mesmo homem do enorme quadro no hall.

- Redfield! Como você ousa se infiltrar em minha base? – Ele aparentemente já me conhecia.

- Do que você está falando?

- Você se deixou ser capturada propositadamente para entrar nessa base.

- Eu não tenho a mínima idéia do que você está falando. – Respondi, confusa.

- Você não me engana! – Respondeu, aumentado o tom de voz. – Eu sou Alfred Ashford, comandante desta base.

- Oh, você deve ser um oficial bem inferior pra ter ficado com uma base como essa. – Respondi, ironizando.

- Como se atreve! – Berrou, atirando para cima com o rifle.

Alfred começou a se aproximar dos degraus enquanto falava.

- A família Ashford está entre as mais finas do mundo. Meu avô foi um dos fundadores originais da Umbrella Inc.

Ele era muito orgulhoso no que dizia, mas eu estava pouco me importando.

- Agora me diga, por que atacou essas instalações?

- Ataquei? – Perguntei, ainda mais confusa.

- Pouco após sua chegada, minha base foi atacada. Você deve ter informado seus aliados sobre sua posição.

- Eu ainda não entendo. Realmente não sei do que está falando...

- Inaceitável! Como você pode negar?

Ele continuava me acusando.

- Minha base foi atacada e graças a você, o T - vírus experimental foi liberado, criando incontáveis zumbis e monstros.

Tentei espiar um pouco para ter certeza que era mesmo o homem do quadro. Ele estava apontando novamente o rifle para mim.

- Diga-me, para quem você trabalha? Quem lhe enviou aqui?

De repente ele atirou, e por pouco não me atinge na cabeça. Voltei para trás do pilar rapidamente, muito assustada.

- Que seja da sua maneira, então. Agora você é um rato na gaiola. Eu estou certo de que vou mantê-la entretida antes de acabar com você.

Ele saiu do local rindo, entrando em outra porta. Sua risada era muito bizarra, chegava a ser engraçada, porém não ri, pois ainda estava assustada com o tiro que por pouco não acertou minha cara. E também estava confusa sobre o que ele me acusou, de ter atacado a ilha. Aliás, quem teria feito isso? Esse ainda era o grande mistério no momento.

***

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 16 – CONTATANDO LEON

Andei um pouco á frente da porta que entrei. Ainda estava intrigada com aquele prisioneiro mesquinho. Qualquer pessoa normal aceitaria ajuda de outros numa situação como essa, mesmo que fosse de um desconhecido. O que será que ele escondia?

No meio do caminho, encontrei vários zumbis, porém acabei com eles facilmente. Foi quando cheguei em uma espécie de sala de comando da prisão. Logo a minha frente havia um detector de metais, que ativou uma voz eletrônica que dizia:

" Por favor, deposite todos os seus objetos de metal na caixa de segurança. "

Coloquei todos os meus objetos de metal na caixa, obedecendo a voz, e passei. Logo a frente de um corredor, havia uma porta, por onde entrei. Ouvi um som estranho, como se alguém estivesse usando um computador. Então vi que era Steve, que estava mexendo em um computador que havia na sala.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei, enquanto ele se aproximava.

- Chris Redfield. Ele é parente seu ou algo assim?

- Quer dizer meu irmão?

- Aaah.. o seu irmão... - Dizia enquanto ia em direção a um pequeno painel e apertando alguns botões. - Parece que seu irmão está sob vigilância da Umbrella.

- O quê?

Fui checando os dados no computador, e eles tinham a ficha completa do meu irmão.

- Eu tenho que contatar o Leon e dizer para ele avisar o meu irmão que ele está sendo monitorado.

Depois do ataque nervoso de Leon, ele me ligou pedindo desculpas, e também disse que havia virado agente do governo dos E.U.A. Talvez ele poderia me ajudar. Continuei:

- Isso é uma boa coisa para eu ter acesso lá fora.

- Aquele arquivo mostra a latitude e longitude desse lugar. - Disse Steve, ainda mexendo no painel. - Ha, por que você não envia as coordenadas para o seu irmão e peça pra ele vir te ajudar...?

- Valeu! Eu vou fazer isso.

- Ei, eu só estava brincando.

Me virei para ouví-lo.

- Não há nada que seu irmão possa fazer para chegar até aqui. - Dizia num tom de deboche.

- Sim, ele pode, eu tenho certeza disso. - Respondi num tom desafiador.

- Nem pensar... ele não virá! - Dizia se virando e enfurecendo a voz. - Você acaba decepcionado se confiar nos outros. Acredite em mim, eu sei!

Nesse momento, ele simplesmente saiu da sala muito aborrecido.

- O que foi isso? - Pensei comigo mesma. O que teria aborrecido tanto Steve?

***

Resolvi tentar alcançá-lo para saber o que houve. Saí do local, sem esquecer de pegar meus itens na caixa de segurança.

Saí pelo portão da prisão. Havia uma ponte bem larga de madeira quebrada, um jipe velho e uma escadaria de ferro. Fui subindo e, logo que cheguei, mais zumbis estavam lá. Será que essas coisas nunca acabavam? Acabei com eles com alguns tiros na cabeça. Logo à frente, encontrei um pátio. Havia um portão de ferro à frente do qual eu entrei e uma mansão à minha frente. De repente surgem alguns cães infectados pelo T – Vírus, um deles quase me atacando após um salto. Me esquivei e corri para dentro da mansão.

O que aquela mansão fazia alí? Havia alguém morando nela? Que tipo de segredos aquela ilha escondia?

***

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 15 – O PRISIONEIRO

- ...

O local estava escuro. A pouca luz que havia alí relutava para permanecer viva. Eu ainda estava um pouco zonza devido à coronhada que levei. Minha cabeça doía um pouco. Quase despertando, ouvia bem longe trovões que ecoavam na escuridão. Tentei, quase sem vontade, abrir os olhos. Foi quando senti um tremor no solo um pouco mais forte, e levantei rapidamente. A minha volta vi pouca coisa, não entendia onde estava. A luz fraca que havia alí terminara de apagar. Agora a escuridão reinava no local. Foi então que percebi que estava dentro de uma cela. Que lugar era aquele?
A pequena cela úmida e sombria me deixava arrepiada. Eis que de repente ouço passos, lentos e fracos, se aproximando. Era um homem, aparentemente ferido, pois sua mão estava no estômago, e este sangrava um pouco. Me afastei da cela e o observei até que ele ficasse parado na frente da porta da cela olhando para mim. Peguei o isqueiro, que estava no meu bolso, e o acendi para iluminar o local. Levei um susto quando vi que o homem alí parado era o mesmo que me prendera na base em Paris. Ele abriu a pequena porta da cela e fez um sinal de "cai fora" com a cabeça. Apenas o observei, estática. Ele sentou-se numa cadeira com dificuldade que havia alí perto.

- Perfeito! - Resmungou, após verificar um pequeno pote de remédio e jogando-o no chão bruscamente.

Fui saindo da cela com cautela.

- Vai, saia daqui, esse lugar está acabado. - Dizia, me ordenando para que fosse embora. - Não sei o que houve, pode ter sido uma equipe das forças especiais. Mas, em qualquer caso, esta prisão foi destruída, e as tropas foram aniquiladas.

- O que você está dizendo? - Disse, terminando de sair da cela.

- Você está livre, pode deixar esse local. - Respondeu. - Mas, como bem sabe, você não tem nenhuma chance de sair desta ilha.

- E quanto a você, o que você vai fazer?

- Não se preocupe comigo.

O guarda que acabara de me libertar ficou inconsciente. Peguei o pote de remédios que ele jogara no chão para verificar. Era algum remédio chamado "hemostático". Se "hemo" é sangue, provavelmente fosse algum tipo de remédio para parar com o sangramento interno. Na mesa, ao lado, havia alguns papéis com informações sobre uma prisioneira, ou seja, eu. Resolvi sair dalí e continuar seguindo em frente.

***

Chovia muito do lado de fora da cela. Estava numa espécie de cemitério. De repente, uma grande explosão me faz dar um pulo para trás. E saindo dentre as chamas, o vi. Um deles. Daqueles zumbis. Todo o pesadelo que ocorreu em Raccoon City voltara em minha mente naquele momento. Fiquei apavorada. Fui me afastando na medida em que ele se aproximava, até que escorreguei. Ao meu lado, mais um deles surgiu. Me afastei, engatinhando. Foi quando percebi que vários deles saiam de dentro das tumbas, e já estavam me cercando. Um deles tentou me atacar, porém consegui me esquivar. Finalmente me levantei e corri o mais rápido possível dalí.

***

Entrei em uma porta logo a frente do cemitério. Aparentemente tudo tranqüilo. Meu coração estava a mil. O pesadelo não teria acabado?
De repente, uma forte luz me ofusca vindo de uma torre alí perto. Alguém começa a atirar em minha direção com uma metralhadora. Me escondi atrás de um caminhão tombado que havia alí. Então vejo uma pistola em minha frente, algo bom numa hora dessas. Esperei os tiros pararem e atirei contra a luz, que estourou o holofote. Dei mais dois tiros em direção ao atirador, que me surpreendeu se rendendo.

- EEi! Oui, oui, não atire. - Dizia ironizando com um termo francês.

- Quem é você? - Perguntei.

- Hã?!? Você não é um zumbi? - Dizia surpreso. - Certo, eu me rendo. Estou indo aí.

Me levantei, com a arma ainda empunhada. Afinal, não sabia quem ele era, e caso ele tentasse qualquer coisa não pensaria duas vezes e atiraria. Então vi a pessoa que tentara me matar. E para minha surpresa não era um guarda ou algo do tipo. Era um garoto, provavelmente da minha idade, talvez fosse prisioneiro da ilha também. Mas por que ele estaria alí?

- Me desculpe sobre aquele pequeno mal-entendido, mas eu pensei que você fosse outro daquelas...

- Cala a boca! - O interrompi. - Um movimento em falso e eu atiro!

- Relaxa, gatinha. Já disse que estou arrependido. Meu nome é Steve. Eu sou um prisioneiro dessa ilha.

- Gatinha? Que ótimo. - Pensei. Se há uma coisa que eu não gosto são cantadas, e ainda por cima totalmente fora de hora. Steve continuou:

- Deixa eu adivinhar, você não trabalha para a Umbrella.

- Não, eu sou Claire, Claire Redfield.

- Claire, hmm.. ótimo. Eu vou lembrar disso. - Ele tinha um tom de ironidade quando falava. - Ei, ouvi dizer que tem um aeroporto por aqui. Quando eu achá-lo vou finalmente fugir dessa ilha louca. Até mais...

Steve correu em direção da porta, tentei chamá-lo de volta.

- Ei, espera!

- Eu não quero você me seguindo, senhora. - Dizia fazendo um sinal de negativo com o indicador. - Você vai apenas me atrasar.

Steve virou as costas e entrou em uma porta logo a frente.

- Filho de uma... - Essa eu não pude evitar. Além de o cara tentar me matar e me passar uma cantada, me larga sozinha dizendo que eu iria atrasá-lo. Era só o que me faltava, além do meu maior pesadelo ter começado novamente eu teria que aturar aquele mala. O que mais poderia piorar? Porém ele não iria longe. Entrei na mesma porta que ele para seguí-lo. Afinal, ele teria muita coisa a explicar.

***

CAPÍTULO 14 – UM NOVO PESADELO SE INICIAVA

Fui entrando pelos fundos da base. Haviam vários guardas fortemente armados no local. Seria um tanto difícil entrar. Todos os meus possíveis acessos de entrada estavam muito bem monitorados. Então encontrei uma pequena passagem por onde era jogado o lixo.

- "Não acredito no que vou fazer agora..." - Pensei, sem hesitar, já entrando por ela.

Dentro do local, era uma espécie de lavanderia. Fui abrindo uma porta logo a frente e me deparei com o corredor da base.

- "Não acredito, consegui!" - Pensei, comemorando um pouco no meu pensamento.

Fui andando bem devagar para não ser detectada, porém, por um descuido, acabei mexendo em alguma coisa que fez com que o alarme acionasse e soasse em toda a base.
Logo, vários guardas começaram a surgir de várias passagens que haviam por alí. Olhei para todos os lados, e quando finalmente encontrei um corredor vazio, corri em sua direção. Os guardas começaram a me perseguir, até que encontrei uma sala e entrei para me esconder. Os guardas passaram reto de onde eu estava, nem notando minha presença.

- Acho que consegui despistá-los.

Na sala, encontrei uma arma. Seria muito útil e fundamental ter uma num momento desses, então a peguei. Quando já ia saindo da sala, não notei a presença de mais um guarda, que me viu. Rapidamente comecei a correr, o guarda, por sua vez, alertou os outros que me encontrara. Durante a fuga, eles atiravam, tentando me atingir, sem sucesso. Até que em um momento fiquei cercada por eles e um helicóptero que surgira diante de mim numa janela enorme de vidro. Voltei antes que o helicóptero atirasse e saltei em outro corredor. Os guardas foram atingidos, por pouco eu também fui. Continuei correndo incansavelmente. O helicóptero me seguia pelo lado de fora, e atirava quebrando as várias janelas que haviam na lateral do prédio. Foi mesmo uma fuga digna de filmes de ação. Logo a frente vi uma passagem de saída, então saltei para fora. Foi quando parei na hora, e vi que vários guardas, armados até os dentes, me esperavam. O pensamento de "é, agora ferrou" voltou em minha mente, e pensei em me entregar. Ergui as mãos, em sinal de rendimento. Eles já se preparavam para me prender, quando vi vários botijões inflamáveis atrás deles, então pensei rápido. Larguei a arma no alto, e quando ela quase caía no chão, a peguei no ar e dei três tiros nos botijões. Os guardas voaram com a enorme explosão. Me abaixei para me proteger dos estilhaços que voaram. Meu Deus, como consegui fazer aquilo? Nem eu me conformo com isso até hoje. Comecei a levantar novamente, depois de derrotá-los. Quando notei alguém logo atrás de mim se aproximando, já empunhei a arma em sua direção. Era um homem moreno, não chegava a ser negro, um pequeno bigode, cabelo baixo. Apontou uma arma para mim também, mas notei que minha arma estava descarregada, ou como os militares chamam de "estado de segurança". Fiquei imóvel.

- Não se mexa! - Disse o homem, num tom de alerta.

Vários outros guardas surgiram e me prenderam. Em que confusão fui me meter...

***

Me levaram para uma sala e me prenderam em uma cadeira. Então me revistaram, e pegaram minha arma. Não encontraram nada, a não ser o velho isqueiro que Chris me dera antes de ir para Raccoon City, dizia que era um amuleto da sorte. Sempre o carregava comigo desde então. Porém para que o guarda me devolvesse, inventei uma história de que eu fumava. Depois de um interrogatório, em que eu não respondia nada que pudesse comprometer a mim ou ao meu irmão, eles perderam a paciência.

- Já chega! Levem-na para Rockfort. Lá ela vai saber o que é bom.

Me encapuzaram e me levaram para outro lugar. Provavelmente viajamos para bem longe dentro de um helicóptero. Não vi nada pelo caminho. Quando finalmente paramos, ouvi a voz de um dos guardas que, me soltando e desencapuzando, dizia:

- Seu número de identificação é WKD4496. Bem vinda a sua nova casa.

Nesse momento, me deram uma forte coronhada no rosto, que desmaiei. O que será que o destino me reservava agora?

***

CAPÍTULO 13 – DESPEDIDAS, PROMESSAS E UM NOVO COMEÇO

Já estávamos quase chegando na entrada da cidade. O dia estava amanhecendo, e eu estava exausta. Só pensava em voltar pra casa e deitar em minha cama. Não estava acreditando que todo aquele pesadelo havia acabado. Pelo menos em parte, pois Chris ainda estava desaparecido, porém a idéia de eu encontrá-lo morto já não me assombrava mais, eu sabia que ele estava vivo, porém poderia estar em perigo. Mil coisas passavam de uma só vez em minha cabeça.
Sherry segurava em minha mão enquanto caminhávamos, Leon estava um pouco atrás, porém nos acompanhando.
Leon estava cabisbaixo, permaneceu em silêncio todo o caminho, sua expressão um pouco triste.

- A Umbrella... - Disse Leon, quebrando o silêncio. - Vai pagar por tudo isso.

- Não se preocupe. - Respondi - Está tudo bem agora.

- Ada.. - Sussurrou.

Leon agaixou-se, sentindo dores no ombro devido ao tiro que levara. Corri para ajudá-lo.

- Você precisa de um médico, Leon. - Disse, preocupada.

- Não se preocupe comigo. - Respondeu. - Ninguém pode me ajudar agora.

- Mas você está ferido. Sherry também precisa de ajuda.

- Já disse que estou bem... - Leon ainda teimava.

- Mas Leon...

Sem motivo algum, Leon simplesmente respondeu num tom rude:

- Nos deixe em paz!

Não pude acreditar no que acabara de ouvir. Leon continuou:

- Está procurando seu irmão, certo? Então vá!

Fiquei chocada com o que acabara de ouvir. Não tinha motivos para Leon ser tão grosso daquela forma, mesmo estando ferido. Apenas balancei a cabeça num sinal de lamentação e me levantei. Sherry observava tudo, tão indignada quanto eu. Virei as costas e já estava continuando a andar, quando parei ao lado de Sherry.

- Não se preocupe, Sherry. Eu volto pra te buscar.

Já ia continuando a caminhar quando Sherry me chamou de volta.

- Mas Claire...

- Eu... Eu vou voltar. Prometo!

Me virei e continuei sem olhar para trás. Ainda estava intrigada com o que Leon dissera, mas meu coração se partira pelo fato de eu ter deixado Sherry sozinha. Aquele foi o último contato que tivemos desde então. Mas quem sabe um dia eu possa revê-la novamente.

***

Já era de manhã ao dia seguinte depois que saí de Raccoon City. Andei muito até chegar em uma cidade e poder voltar para casa. O dia já estava acabando quando finalmente cheguei ao campus da universidade. Quando cheguei, apenas tomei um banho, comi alguma coisa e desmaiei em minha cama. Acordei só no outro dia de manhã, porém estava totalmente recuperada.

- Bom dia, bela adormecida. - Disse Sharon, brincando comigo. - Puxa, você dormiu tanto que eu achei que você estivesse morta.

- Tive uma noite difícil. - Respondi rindo um pouco.

- Pois é, você sumiu no meio da noite. Algum romance secreto? - Ela ainda brincava um pouco.

- Não, nem quero pensar nisso agora. - Retribui a brincadeira rindo.

Sharon ia se levantando e indo em direção a porta.

- Já estou indo, quer que eu te espere? - Perguntou virando-se a mim.

- Não, pode ir na frente, depois eu vou. - Respondi.

Ela saiu do quarto e eu deitei novamente em minha cama. Fiquei refletindo um pouco, será que o pesadelo teria mesmo acabado? Teria sido tudo só um sonho? Os horrores que passei em Raccoon City me assombraram por um tempo.

***

Mas tarde, fui na biblioteca, pesquisar mais sobre a Umbrella. Descobri que sua Empresa Matriz ficava em Paris, e procurei também o endereço exato. Logo em seguida pesquisei na internet algum mapa de dentro da base, para que eu pudesse ter ao menos uma noção de onde procurar por Chris. Tive que invadir o sistema da Umbrella com a ajuda de um amigo hacker. Quando finalmente consegui todas as informações que precisava, comecei a criar táticas, formas, modos de entrar e salvar meu irmão. Podem dizer que pirei, foi o que Sharon me disse quando contei para ela, porém ela me apoiava, quase me internando num sanatório, porém me dando força. É claro que também teriam as provas finais, e eu também estava me preparando.
E foram assim três meses depois do incidente em Raccoon City, até que finalmente estava pronta para embarcar para Paris, e descobrir a verdade sobre o desaparecimento de Chris.

***

Finalmente! Cheguei em Paris, e estava em frente a base da Umbrella. Sharon e meu amigo Chad, que me ajudou a conseguir o mapa da base, me acompanharam até a cidade, com o pretexto de que queriam conhecer a torre Eiffel, mas eles não me largavam quase nunca. Gosto muito da amizade deles. Pararam o carro não muito próximo a base.

- Tem certeza que você vai fazer isso? - Perguntou Chad.

- Não tenho escolha. É isso ou perder meu irmão pra sempre.

- Boa sorte, amiga. - Desejou-me Sharon com um sorriso amigável, enquanto eu saia do carro.

Era o início de mais um pesadelo.

***

CAPÍTULO 12 – O PREÇO DA LIBERDADE

Voltamos para o elevador por onde cheguei ao laboratório. Sherry ainda estava abalada pela perda da mãe, mas permanecia forte. Ela era uma garota muito corajosa, porém seria difícil sua vida a partir de agora, sem os pais.
No elevador, havia um segundo comando, além do convencional. Era um comando de emergência, que levava para a parte inferior da plataforma. Para ligá-lo, era necessário uma chave. Usei a chave que peguei com Annette, e foi revelado mais um andar para baixo. Assim que saímos do elevador, havia um trem, o veículo de emergência que a voz eletrônica se referia. Porém aparentemente estava desligado. Sem perder tempo, entramos.

- Bem, você espera aqui, ok? Eu vou dar um jeito de mover isso.

Sherry apenas acenou com a cabeça com um sinal positivo. Saí do trem e fui em direção a plataforma. Assim que entrei, ouvi mais uma voz eletrônica, que dizia: "Cinco minutos para a detonação." Agora eu precisava correr.
Encontrei em um suporte na parede dois plugues de energia. Se eu conseguisse ajustar esses plugues no gerador de energia de emergência, o trem funcionaria e sairíamos da cidade.
Finalmente encontrei o gerador de emergência, que ficava próximo ao tanque de lava, onde caiu o monstro. Apenas os conectei, e já respirava aliviada, pois tudo aquilo estava terminando. De repente, ouço algo muito pesado caindo atrás de mim, fiquei paralisada. "E essa agora..." Quando me viro, era ele. Aquele monstro novamente. Pensei que estava morto! Porém ele estava transformado. Tinha garras enormes, e por sinal estava furioso comigo. Agora sim eu estava ferrada...
O monstro veio em minha direção com uma velocidade muito maior do que antes, e quase me atinge com suas garras afiadas. Ele era persistente, não desistia tão fácil. Continuava tentando me atacar, mas eu me esquivava, sempre por um triz. Depois de vários golpes e esquivas, eu já estava exausta. Achei que esse seria o fim. Mas não era justo, cheguei até alí, esse não poderia ser o fim.
De repente, surge uma voz milagrosa de algum lugar:

- Aqui, use isso! - Disse lançando um lança-foguetes.

- Quem é você? - A pessoa parecia ser uma mulher, pela voz.

Resolvi que isso não importava muito no momento, e apenas peguei o lança-foguetes que ela me lançara. Não me lembro de ter aprendido a usar um nas aulas de defesa que meu irmão me dera. Mas, como tudo há sua primeira vez, resolvi arriscar. Mirei o mais precisamente que pude no monstro:

- Você perdeu, grandalhão!

O tiro foi muito preciso, e acertou no meio do monstro, que voou despedaçado. Me impressionei comigo mesma, onde foi que aprendi a fazer aquilo? Mas estava ainda mais impressionada porque eu ainda estava viva.
Voltei para o trem, e liguei rapidamente os controles para que ele funcionasse. Dentro do trem, Sherry me esperava pacientemente. Não parei para conversar, corri para a cabine do trem e acionei os controles. Finalmente ele começou a se mover.

***

Corri para a porta do trem e vi Leon se aproximando.

- Leon, rápido! Leon!

Felizmente, Leon conseguiu entrar antes que o laboratório explodisse.
Com a explosão, o trem começou a sofrer o impacto e um tremor.

- Fiquem abaixadas!

Assim, nos abaixamos até que o tremor terminasse por completo.

- Você está bem? - Perguntei para Sherry.

- Sim, eu estou bem.

Leon se levantou e ia em direção a cabine.

- Acabou...

- Não... - Interrompi. - Eu tenho que encontrar meu irmão.

- Você está certa, esse é apenas o começo.

Leon entrou na cabine, ficando apenas Sherry e eu.

- Minha jaqueta te protegeu. - Disse a Sherry, enquanto ela olhava a estampa do anjo na parte de trás da jaqueta. - Ela sempre estará com você.

Sherry me abraçou, em sinal de gratidão.

- Claire...

- Sherry...

De repente, mais um tremor. E uma sirene de alerta.

- O que foi isso?

O que poderia ser? Já estávamos fora do laboratório e saindo de Raccoon City, o gigante que me perseguia já estava morto. Não havia nada que pudesse interferir. De repente, mais uma voz eletrônica de alerta surge ecoando em todo trem.

"Alerta: risco biológico eminente. O sistema de auto-destruição foi ativado. O trem será detonado. Repetindo: o trem será detonado!"

Risco biológico? Só poderia ser uma coisa, mas... impossível! Tentei voltar para dentro do trem, mas a porta estava trancada.

- Não! O que houve com essa coisa? - Eu já estava alterada devido a pressão da situação.

- Eu não sei. - Respondeu Leon. - A porta não abre!

Fui para o outro compartimento do trem checar o que era, mas infelizmente minhas suspeitas se confirmaram ao fazer isso. Vi seus tentáculos entrarem aos poucos no trem. Era William. Agora muito maior do que antes, e completamente transformado. Toda sua humanidade se fora. Quase que automaticamente, corri para a porta de entrada do compartimento e descarreguei a Grenade Launcher no monstro, que caiu parcialmente fraco. Nesse momento, aproveitei para fugir de volta para dentro da cabine. Mais uma voz eletrônica surge em todo o trem:

" Alerta! Alerta! O sistema de auto-destruição foi ativado. Cada compartimento do trem detonará sequencialmente. Repito..."

- Leon, pare o trem! - Disse a Leon.

- Não posso. A porta da sala de controle está trancada.

- O que?

Nesse momento, vi o Monstro G vindo em minha direção. Não tive outra escolha a não ser fugir pelo teto do trem. Agora sim eu sentia que pirei de vez. Andar no teto de um trem em alta velocidade... Isso é coisa de filmes em que só os dublês treinados fazem. Era isso ou ser morta por William.
Fui engatinhando até chegar numa abertura que dava na sala de controle do trem. Sherry estava lá, procurando onde parar o trem.

- Aperte aquele botão alí!

- Certo!

Sherry obedeceu, e o trem aos poucos começou a parar. Saímos rapidamente do trem.

- Você está bem, Sherry?

- Estou bem.

- Onde está o Leon? Leon? LEON!

Leon sai da lateral do trem.

- Estou aqui. Estamos a salvo.

De repente, os tentáculos de William começam a vazar para fora do trem pelas janelas.

- Não morreu? - Disse Leon, indignado. - Temos que sair daqui. Corram!

Corremos em direção ao fim do túnel de onde o trem se encontrava, e conseguimos sair antes que o trem explodisse.
Um grande cobertor de chamas e fumaça cobriam o céu devido a explosão. William teve o mesmo fim que o trem... Finalmente tudo acabou, pelo menos em Raccoon City.

- Essa foi por pouco. - Disse Leon, aliviado. - Você se saiu muito bem, Sherry.

- Não foi nada. - Respondeu. - Vi fazerem isso uma vez na TV.

Já ia me levantando.

- Vamos, temos que ir agora.

- O que houve agora? Tem alguma coisa nos seguindo?

- Ei, ainda temos trabalho a fazer. Vamos...

- Ah não, quer dizer...

Nos levantamos e já estávamos indo embora. Finalmente aquele pesadelo havia chegado ao fim, mas eu ainda teria que encontrar meu irmão. Aquilo era só o começo.

- Chris, eu tenho que encontrar você.

***