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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 15 – O PRISIONEIRO

- ...

O local estava escuro. A pouca luz que havia alí relutava para permanecer viva. Eu ainda estava um pouco zonza devido à coronhada que levei. Minha cabeça doía um pouco. Quase despertando, ouvia bem longe trovões que ecoavam na escuridão. Tentei, quase sem vontade, abrir os olhos. Foi quando senti um tremor no solo um pouco mais forte, e levantei rapidamente. A minha volta vi pouca coisa, não entendia onde estava. A luz fraca que havia alí terminara de apagar. Agora a escuridão reinava no local. Foi então que percebi que estava dentro de uma cela. Que lugar era aquele?
A pequena cela úmida e sombria me deixava arrepiada. Eis que de repente ouço passos, lentos e fracos, se aproximando. Era um homem, aparentemente ferido, pois sua mão estava no estômago, e este sangrava um pouco. Me afastei da cela e o observei até que ele ficasse parado na frente da porta da cela olhando para mim. Peguei o isqueiro, que estava no meu bolso, e o acendi para iluminar o local. Levei um susto quando vi que o homem alí parado era o mesmo que me prendera na base em Paris. Ele abriu a pequena porta da cela e fez um sinal de "cai fora" com a cabeça. Apenas o observei, estática. Ele sentou-se numa cadeira com dificuldade que havia alí perto.

- Perfeito! - Resmungou, após verificar um pequeno pote de remédio e jogando-o no chão bruscamente.

Fui saindo da cela com cautela.

- Vai, saia daqui, esse lugar está acabado. - Dizia, me ordenando para que fosse embora. - Não sei o que houve, pode ter sido uma equipe das forças especiais. Mas, em qualquer caso, esta prisão foi destruída, e as tropas foram aniquiladas.

- O que você está dizendo? - Disse, terminando de sair da cela.

- Você está livre, pode deixar esse local. - Respondeu. - Mas, como bem sabe, você não tem nenhuma chance de sair desta ilha.

- E quanto a você, o que você vai fazer?

- Não se preocupe comigo.

O guarda que acabara de me libertar ficou inconsciente. Peguei o pote de remédios que ele jogara no chão para verificar. Era algum remédio chamado "hemostático". Se "hemo" é sangue, provavelmente fosse algum tipo de remédio para parar com o sangramento interno. Na mesa, ao lado, havia alguns papéis com informações sobre uma prisioneira, ou seja, eu. Resolvi sair dalí e continuar seguindo em frente.

***

Chovia muito do lado de fora da cela. Estava numa espécie de cemitério. De repente, uma grande explosão me faz dar um pulo para trás. E saindo dentre as chamas, o vi. Um deles. Daqueles zumbis. Todo o pesadelo que ocorreu em Raccoon City voltara em minha mente naquele momento. Fiquei apavorada. Fui me afastando na medida em que ele se aproximava, até que escorreguei. Ao meu lado, mais um deles surgiu. Me afastei, engatinhando. Foi quando percebi que vários deles saiam de dentro das tumbas, e já estavam me cercando. Um deles tentou me atacar, porém consegui me esquivar. Finalmente me levantei e corri o mais rápido possível dalí.

***

Entrei em uma porta logo a frente do cemitério. Aparentemente tudo tranqüilo. Meu coração estava a mil. O pesadelo não teria acabado?
De repente, uma forte luz me ofusca vindo de uma torre alí perto. Alguém começa a atirar em minha direção com uma metralhadora. Me escondi atrás de um caminhão tombado que havia alí. Então vejo uma pistola em minha frente, algo bom numa hora dessas. Esperei os tiros pararem e atirei contra a luz, que estourou o holofote. Dei mais dois tiros em direção ao atirador, que me surpreendeu se rendendo.

- EEi! Oui, oui, não atire. - Dizia ironizando com um termo francês.

- Quem é você? - Perguntei.

- Hã?!? Você não é um zumbi? - Dizia surpreso. - Certo, eu me rendo. Estou indo aí.

Me levantei, com a arma ainda empunhada. Afinal, não sabia quem ele era, e caso ele tentasse qualquer coisa não pensaria duas vezes e atiraria. Então vi a pessoa que tentara me matar. E para minha surpresa não era um guarda ou algo do tipo. Era um garoto, provavelmente da minha idade, talvez fosse prisioneiro da ilha também. Mas por que ele estaria alí?

- Me desculpe sobre aquele pequeno mal-entendido, mas eu pensei que você fosse outro daquelas...

- Cala a boca! - O interrompi. - Um movimento em falso e eu atiro!

- Relaxa, gatinha. Já disse que estou arrependido. Meu nome é Steve. Eu sou um prisioneiro dessa ilha.

- Gatinha? Que ótimo. - Pensei. Se há uma coisa que eu não gosto são cantadas, e ainda por cima totalmente fora de hora. Steve continuou:

- Deixa eu adivinhar, você não trabalha para a Umbrella.

- Não, eu sou Claire, Claire Redfield.

- Claire, hmm.. ótimo. Eu vou lembrar disso. - Ele tinha um tom de ironidade quando falava. - Ei, ouvi dizer que tem um aeroporto por aqui. Quando eu achá-lo vou finalmente fugir dessa ilha louca. Até mais...

Steve correu em direção da porta, tentei chamá-lo de volta.

- Ei, espera!

- Eu não quero você me seguindo, senhora. - Dizia fazendo um sinal de negativo com o indicador. - Você vai apenas me atrasar.

Steve virou as costas e entrou em uma porta logo a frente.

- Filho de uma... - Essa eu não pude evitar. Além de o cara tentar me matar e me passar uma cantada, me larga sozinha dizendo que eu iria atrasá-lo. Era só o que me faltava, além do meu maior pesadelo ter começado novamente eu teria que aturar aquele mala. O que mais poderia piorar? Porém ele não iria longe. Entrei na mesma porta que ele para seguí-lo. Afinal, ele teria muita coisa a explicar.

***

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