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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 12 – O PREÇO DA LIBERDADE

Voltamos para o elevador por onde cheguei ao laboratório. Sherry ainda estava abalada pela perda da mãe, mas permanecia forte. Ela era uma garota muito corajosa, porém seria difícil sua vida a partir de agora, sem os pais.
No elevador, havia um segundo comando, além do convencional. Era um comando de emergência, que levava para a parte inferior da plataforma. Para ligá-lo, era necessário uma chave. Usei a chave que peguei com Annette, e foi revelado mais um andar para baixo. Assim que saímos do elevador, havia um trem, o veículo de emergência que a voz eletrônica se referia. Porém aparentemente estava desligado. Sem perder tempo, entramos.

- Bem, você espera aqui, ok? Eu vou dar um jeito de mover isso.

Sherry apenas acenou com a cabeça com um sinal positivo. Saí do trem e fui em direção a plataforma. Assim que entrei, ouvi mais uma voz eletrônica, que dizia: "Cinco minutos para a detonação." Agora eu precisava correr.
Encontrei em um suporte na parede dois plugues de energia. Se eu conseguisse ajustar esses plugues no gerador de energia de emergência, o trem funcionaria e sairíamos da cidade.
Finalmente encontrei o gerador de emergência, que ficava próximo ao tanque de lava, onde caiu o monstro. Apenas os conectei, e já respirava aliviada, pois tudo aquilo estava terminando. De repente, ouço algo muito pesado caindo atrás de mim, fiquei paralisada. "E essa agora..." Quando me viro, era ele. Aquele monstro novamente. Pensei que estava morto! Porém ele estava transformado. Tinha garras enormes, e por sinal estava furioso comigo. Agora sim eu estava ferrada...
O monstro veio em minha direção com uma velocidade muito maior do que antes, e quase me atinge com suas garras afiadas. Ele era persistente, não desistia tão fácil. Continuava tentando me atacar, mas eu me esquivava, sempre por um triz. Depois de vários golpes e esquivas, eu já estava exausta. Achei que esse seria o fim. Mas não era justo, cheguei até alí, esse não poderia ser o fim.
De repente, surge uma voz milagrosa de algum lugar:

- Aqui, use isso! - Disse lançando um lança-foguetes.

- Quem é você? - A pessoa parecia ser uma mulher, pela voz.

Resolvi que isso não importava muito no momento, e apenas peguei o lança-foguetes que ela me lançara. Não me lembro de ter aprendido a usar um nas aulas de defesa que meu irmão me dera. Mas, como tudo há sua primeira vez, resolvi arriscar. Mirei o mais precisamente que pude no monstro:

- Você perdeu, grandalhão!

O tiro foi muito preciso, e acertou no meio do monstro, que voou despedaçado. Me impressionei comigo mesma, onde foi que aprendi a fazer aquilo? Mas estava ainda mais impressionada porque eu ainda estava viva.
Voltei para o trem, e liguei rapidamente os controles para que ele funcionasse. Dentro do trem, Sherry me esperava pacientemente. Não parei para conversar, corri para a cabine do trem e acionei os controles. Finalmente ele começou a se mover.

***

Corri para a porta do trem e vi Leon se aproximando.

- Leon, rápido! Leon!

Felizmente, Leon conseguiu entrar antes que o laboratório explodisse.
Com a explosão, o trem começou a sofrer o impacto e um tremor.

- Fiquem abaixadas!

Assim, nos abaixamos até que o tremor terminasse por completo.

- Você está bem? - Perguntei para Sherry.

- Sim, eu estou bem.

Leon se levantou e ia em direção a cabine.

- Acabou...

- Não... - Interrompi. - Eu tenho que encontrar meu irmão.

- Você está certa, esse é apenas o começo.

Leon entrou na cabine, ficando apenas Sherry e eu.

- Minha jaqueta te protegeu. - Disse a Sherry, enquanto ela olhava a estampa do anjo na parte de trás da jaqueta. - Ela sempre estará com você.

Sherry me abraçou, em sinal de gratidão.

- Claire...

- Sherry...

De repente, mais um tremor. E uma sirene de alerta.

- O que foi isso?

O que poderia ser? Já estávamos fora do laboratório e saindo de Raccoon City, o gigante que me perseguia já estava morto. Não havia nada que pudesse interferir. De repente, mais uma voz eletrônica de alerta surge ecoando em todo trem.

"Alerta: risco biológico eminente. O sistema de auto-destruição foi ativado. O trem será detonado. Repetindo: o trem será detonado!"

Risco biológico? Só poderia ser uma coisa, mas... impossível! Tentei voltar para dentro do trem, mas a porta estava trancada.

- Não! O que houve com essa coisa? - Eu já estava alterada devido a pressão da situação.

- Eu não sei. - Respondeu Leon. - A porta não abre!

Fui para o outro compartimento do trem checar o que era, mas infelizmente minhas suspeitas se confirmaram ao fazer isso. Vi seus tentáculos entrarem aos poucos no trem. Era William. Agora muito maior do que antes, e completamente transformado. Toda sua humanidade se fora. Quase que automaticamente, corri para a porta de entrada do compartimento e descarreguei a Grenade Launcher no monstro, que caiu parcialmente fraco. Nesse momento, aproveitei para fugir de volta para dentro da cabine. Mais uma voz eletrônica surge em todo o trem:

" Alerta! Alerta! O sistema de auto-destruição foi ativado. Cada compartimento do trem detonará sequencialmente. Repito..."

- Leon, pare o trem! - Disse a Leon.

- Não posso. A porta da sala de controle está trancada.

- O que?

Nesse momento, vi o Monstro G vindo em minha direção. Não tive outra escolha a não ser fugir pelo teto do trem. Agora sim eu sentia que pirei de vez. Andar no teto de um trem em alta velocidade... Isso é coisa de filmes em que só os dublês treinados fazem. Era isso ou ser morta por William.
Fui engatinhando até chegar numa abertura que dava na sala de controle do trem. Sherry estava lá, procurando onde parar o trem.

- Aperte aquele botão alí!

- Certo!

Sherry obedeceu, e o trem aos poucos começou a parar. Saímos rapidamente do trem.

- Você está bem, Sherry?

- Estou bem.

- Onde está o Leon? Leon? LEON!

Leon sai da lateral do trem.

- Estou aqui. Estamos a salvo.

De repente, os tentáculos de William começam a vazar para fora do trem pelas janelas.

- Não morreu? - Disse Leon, indignado. - Temos que sair daqui. Corram!

Corremos em direção ao fim do túnel de onde o trem se encontrava, e conseguimos sair antes que o trem explodisse.
Um grande cobertor de chamas e fumaça cobriam o céu devido a explosão. William teve o mesmo fim que o trem... Finalmente tudo acabou, pelo menos em Raccoon City.

- Essa foi por pouco. - Disse Leon, aliviado. - Você se saiu muito bem, Sherry.

- Não foi nada. - Respondeu. - Vi fazerem isso uma vez na TV.

Já ia me levantando.

- Vamos, temos que ir agora.

- O que houve agora? Tem alguma coisa nos seguindo?

- Ei, ainda temos trabalho a fazer. Vamos...

- Ah não, quer dizer...

Nos levantamos e já estávamos indo embora. Finalmente aquele pesadelo havia chegado ao fim, mas eu ainda teria que encontrar meu irmão. Aquilo era só o começo.

- Chris, eu tenho que encontrar você.

***

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