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sábado, 4 de fevereiro de 2012

CAPÍTULO 17 – O ÚLTIMO HERDEIRO DA FAMÍLIA ASHFORD

Fechei rapidamente a porta e fui afastando-me dela. Foi então que percebi onde estava. Era uma mansão bem luxuosa por dentro. Havia uma escada a minha direita, algumas portas e um computador logo à frente. O que mais me chamou a atenção foi um enorme quadro no segundo andar no centro do Hall. Era de um homem nem tão velho, nem tão novo, loiro, e tinha vestes e postura de algum nobre.

- Talvez seja o dono da mansão. – pensei.

Fui até uma porta aos fundos à esquerda, porém estava trancada, aparentemente eletronicamente. Resolvi procurar outra saída. Subi as escadas e entrei em uma porta à direita. Era uma pequena sala de estar. Lá havia um pouco de munição e uma porta, também trancada, e o mecanismo para abrí-la eram duas armas. Não tendo mais o que fazer alí, voltei para o hall. Me aproximei do computador e mexi em alguns comandos. Então ouvi um som de uma porta destrancando. Entrei cautelosamente na porta. Era mais um corredor com algumas portas. E, é claro, mais zumbis. Aquilo estava se tornando extremamente chato. Os acertei na cabeça, como aprendi em Raccoon City. Entrei em uma porta logo à minha frente. Lá dentro, havia um telão branco e uma coleção com armas antigas e réplicas em miniatura de veículos de guerra, como aviões, navios, etc. Estavam todos muito bem conservados e dentro de vidros. Talvez o dono fosse um colecionador ou algo assim.

Em uma das paredes, havia algo diferente. Era uma formiga de ouro dentro de um pequeno vidro, e, do lado de fora, havia um pequeno botão. Assim que o acionei, as luzes do local diminuíram e uma espécie de filme começou a passar no telão. No filme, apareciam duas pessoas, aparentemente irmãos. Era meio confuso, apenas os mostrava arrancando as asas de uma libélula e dando para as formigas. Os dois irmãos do filme pareciam ser bem unidos. Isso me fez lembrar de Chris. Lembrei da cumplicidade que tínhamos quando éramos menores. Isso apertava meu coração e me angustiava ainda mais.

De repente, um suporte de vidro que guardava a réplica de uma miniatura de um tanque de guerra começou a se mover, revelando uma passagem secreta. Era um corredor estreito, com mais réplicas de armas lá dentro, e no final do corredor, haviam duas armas douradas, que serviriam perfeitamente na porta do segundo andar. Quando as removi, a estante com a miniatura do tanque de guerra começou a fechar o local, era uma armadilha. A coisa começou a esquentar, literalmente. Um forte vapor deixava o lugar parecendo um forno. Resolvi devolver as armas em seu lugar para que a armadilha fosse desativada.

***

Saí do local e fui checar as outras portas. Estavam todas trancadas, apenas uma delas estava aberta, e lá dentro era um banheiro, onde tinham vários morcegos. Lembrei-me de um truque que Chris me ensinara uma vez, que os morcegos não se aproximavam da luz. Acendi o isqueiro e peguei alguns itens que estavam alí. Isso manteve os morcegos afastados.
Não tendo mais o que fazer, já ia me retirando da mansão, para procurar outra rota de fuga. Quando já ia abrindo a porta, ouvi um grito:

- AAAAH! SOCORRO!

- Steve? – A voz parecia ser de Steve.

Me virei e tentei descobrir de onde viera o grito. Então me lembrei rapidamente da armadilha e corri até lá. Acho que ele entrou na mansão enquanto eu estava em outros cômodos. Minha suspeita estava certa. No lugar onde estava o telão, agora havia um painel, por onde pude ver que Steve estava sofrendo com o forte calor do local. No painel havia uma espécie de código para desativar a armadilha, e que eu deveria resolvê-lo rápido. Haviam seis figuras: um navio, uma formiga, uma pistola, um submarino, um revólver e um avião. Eu deveria ativar as duas figuras que tinham algo em comum. Não foi difícil de eu resolver que eram as duas armas. Apertei os botões e a armadilha foi desativada. Steve saiu de lá ofegante e molhado de suor.

- Essa foi por pouco. – Dizia ainda ofegante. – Mas eu encontrei uma coisa, graças a você.

Então ele me mostrou as duas armas douradas que eu precisava para abrir as portas.

- Legal, né?

- Ah, eu preciso disso, dê pra mim. – Respondi, sendo o mais delicada que pude.

- Você está brincando? Eu encontrei isso, eu fico com elas. – Dizia recuando as armas para si.

Acho que minha cara de insatisfeita o fez mudar de idéia.

- Está bem, vamos fazer um acordo. – Dizia apontando a arma para mim. – Eu troco isso por alguma coisa automática.

Apenas saí do caminho da arma que ele apontava, calada em sinal de protesto. Sempre fui boa em fazer birra.

- Te vejo por aí, Claire. Adios! – Dizia um pouco antes de sair correndo com as armas.

- Ei espere, Steve!

A vontade de xingá-lo me tomou novamente. Ele era um mala. Corri para tentar alcançá-lo.
Assim que cheguei no hall, vi uma luzinha vermelha passar pelo meu corpo. Olhei para cima e vi que alguém apontava um rifle para mim. Me esquivei do tiro e me escondi atrás de um pilar. Pelo pouco que vi, era um homem, o mesmo homem do enorme quadro no hall.

- Redfield! Como você ousa se infiltrar em minha base? – Ele aparentemente já me conhecia.

- Do que você está falando?

- Você se deixou ser capturada propositadamente para entrar nessa base.

- Eu não tenho a mínima idéia do que você está falando. – Respondi, confusa.

- Você não me engana! – Respondeu, aumentado o tom de voz. – Eu sou Alfred Ashford, comandante desta base.

- Oh, você deve ser um oficial bem inferior pra ter ficado com uma base como essa. – Respondi, ironizando.

- Como se atreve! – Berrou, atirando para cima com o rifle.

Alfred começou a se aproximar dos degraus enquanto falava.

- A família Ashford está entre as mais finas do mundo. Meu avô foi um dos fundadores originais da Umbrella Inc.

Ele era muito orgulhoso no que dizia, mas eu estava pouco me importando.

- Agora me diga, por que atacou essas instalações?

- Ataquei? – Perguntei, ainda mais confusa.

- Pouco após sua chegada, minha base foi atacada. Você deve ter informado seus aliados sobre sua posição.

- Eu ainda não entendo. Realmente não sei do que está falando...

- Inaceitável! Como você pode negar?

Ele continuava me acusando.

- Minha base foi atacada e graças a você, o T - vírus experimental foi liberado, criando incontáveis zumbis e monstros.

Tentei espiar um pouco para ter certeza que era mesmo o homem do quadro. Ele estava apontando novamente o rifle para mim.

- Diga-me, para quem você trabalha? Quem lhe enviou aqui?

De repente ele atirou, e por pouco não me atinge na cabeça. Voltei para trás do pilar rapidamente, muito assustada.

- Que seja da sua maneira, então. Agora você é um rato na gaiola. Eu estou certo de que vou mantê-la entretida antes de acabar com você.

Ele saiu do local rindo, entrando em outra porta. Sua risada era muito bizarra, chegava a ser engraçada, porém não ri, pois ainda estava assustada com o tiro que por pouco não acertou minha cara. E também estava confusa sobre o que ele me acusou, de ter atacado a ilha. Aliás, quem teria feito isso? Esse ainda era o grande mistério no momento.

***

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