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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 6 – O PAI DE SHERRY

A sala em que encontrei Chefe Irons agora estava vazia. Ele não estava mais lá, e nem o corpo da filha do prefeito. Acho que ele escondia mais segredos do que aparentava.
Na mesa, encontrei outra chave. Essa, por sua vez, tinha um formato de um coração.
Voltei para a sala onde encontrei a válvula e, usando a chave que acabara de encontrar, abri uma porta aos fundos.
Mais corredores haviam por lá. Até que desci umas escadas e cheguei a outro corredor, esse tinha várias portas. Entrei em uma bem aos fundos. Era um beco sem saída. Só havia um bueiro aberto, que provavelmente daria em algum lugar.
Fui descendo as escadas, e, ao chegar no solo, encontrei Sherry alí parada.

- Sherry! Estava te procurando por toda parte! Estava preocupada!

Podia não conhecer muito bem a garota, mas já estava começando a me apegar a ela. Eu me dou muito bem com crianças, e as adoro. Acho que isso fez com que pudéssemos interagir melhor.

- Querida, nós temos que ir, certo? - Dizia tentando parecer mais calma a ela. - Se ficarmos aqui, aquele monstro vai nos encontrar. Vamos!

- Não! Eu não vou!

Para minha surpresa, ela se recusou a vir comigo. Ela parecia ser um pouco teimosa, mas a compreendi. Afinal, ela deveria estar assustada com tudo o que estava acontecendo.

- O que foi...? Não confia em mim? - Dizia dando uma risadinha simpática, para tentar convencê-la.

- Não é isso, Claire. É por meu pai! - Respondeu. - Está alí. Ouvi ele me chamar.

Agora era ela quem parecia estar preocupada. Sherry continuou:

- Papai deve estar sendo atacado pelos monstros. Tenho que ajudá-lo.

Nesse momento, ela correu para uma pequena passagem na parede ao fundo do corredor, e já ia entrando. Apenas ela poderia passar por alí.

- Sherry, espere! Não vá sozinha!

Era tarde demais. Quando percebi ela já estava do outro lado.

- Sherry, SHERRY!

Ela era um tanto teimosa. E corajosa ao mesmo tempo. Resolvi esperar alguns minutos para que ela voltasse.

- Se ela não voltar em cinco minutos, eu vou atrás dela.

***

Esperei alguns minutos, e pude ouvir a voz de Sherry ecoar pelo outro lado da parede.

- Claire...? Você está aí?

Levantei num pulo ao ouvir sua voz fina e musical.

- Sherry? Você está bem? Encontrou seu pai?

- Sim, estou bem... Mas não consegui encontrá-lo - Respondeu, num tom de frustração e desapontamento. - Mas encontrei outra coisa para você. Pegue!

Ela lançou para mim uma chave e uma bolsa de munição para o lança-granadas.

- Graças a Deus. Venha, por que não vem aqui? Quero que você fique comigo.

- Claire... Não consigo chegar na ventilação. - Respondeu. - Mas não se preocupe, vou achar outro caminho. Posso me cuidar sozinha.

- Espere! Sherry, volte! Sherry! SHERRY!

Ela era realmente muito valente para sua idade. Qualquer outra criança ficaria apavorada se estivesse passando pelo mesmo que ela.
Instantes depois, o rádio que Leon me dera apitou. Assim que atendi, Leon começou a falar:

- Claire, pode me ouvir? Agora já temos acesso à parte de trás do estacionamento.
- Certo. - Respondi.
- Vou sair daqui e me dirigir aos esgotos. Pode se encontrar comigo lá?
- Estou a caminho.

Acho que agora tínhamos uma chance de fuga.

***

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